sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Conquista da Paz

O mundo está cheio de conflitos. Mesmo assim, viver em paz não é uma tarefa para mais tarde. Não vamos viver em paz quando o mundo estiver em paz. Ao contrário, o mundo é que vai encontrar a paz quando nós, seus cidadãos, estivermos em paz. Na verdade, a minha serenidade não depende das circunstância externas, mas as circunstâncias externas dependem da minha serenidade. Cinquenta anos atrás, o cidadão de boa vontade se perguntava: "Como posso viver em paz se há tanta injustiça e violência no mundo?" Hoje, o cidadão da nova era se pergunta: "Como posso perceber ou produzir paz para o mundo se não tiver paz dentro de mim?"
A harmonia vem de dentro da gente. E, se queremos a paz, devemos preparar-nos para ela. É preciso identificar-se com a verdade e a justiça e olhar os conflitos a partir do ponto de vista da sua dissolução, porque, afinal, tudo que é ilusório se dissolve, e todos os conflitos externos são apenas bolhas de sabão que criamos para fugir das guerras sangrentas que se travam em nossa própria alma. Choques externos, inclusive descordâncias no trabalho e na família, são formas de dramatizar objetivamente certas contradições que, na verdade, ocorrem dentro de nós. Portanto, é em nosso coração que devem surgir a compreensão e a resolução dos conflitos. (...)
O processo de produção de paz é, portanto, multidimensional. Se eu estiver cheio de ódio pelos que provocam guerras e injustiças sociais, estarei me afastando da cadeia de amor universal e entrando no círculo vicioso do rancor, que termina, digamos, com alguém chutando um cachorro indefeso. Se quiser lutar pela justiça social ou em defesa do meio ambiente, devo manter a serenidade no coração e na mente, para que meu objetivo seja sempre a justiça e nunca a vingança.
Há produtores e consumidores de paz. Todo cidadão gosta de ter paz ao seu redor, mas nem todo cidadão é capaz de irradiar paz para os outros. Se há um déficit de paz no mundo é porque o número de produtores ainda é relativamente pequeno, se comparado aos consumidores. (...)
(Carlos Cardoso Aveline)


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